Psiquiatria, Psicologia e Psicanálise: Diferenças!

PSIQUIATRIA, PSICANÁLISE, PSICOLOGIA E PSICOTERAPIA,

HÁ DIFERENÇAS?

A psicoterapia por ser um termo genérico, tem confundido muitas pessoas, considera-se normal esse posicionamento porque diversas são as abordagens que se utilizam de suas técnicas de tratamento relacionado aos problemas psíquicos. Inicialmente, torna-se necessário entender a origem da palavra: Psyque do Grego, significa mente e Therapeuein significa curar.

Ou seja, a psicoterapia tem finalidade de tratar questões relacionadas à mente humana e suas disfunções. Existem mais de 200 abordagens psicoterapêuticas. Que são bases de estudos para os profissionais.

A Psiquiatria, a Psicanálise e Psicologia, mesmo possuindo métodos e abordagens diferentes, fazem psicoterapia como tratamento.

Só a Psicanálise por exemplo, possuí sete escolas. Dentre elas, as mais conhecidas são Freudiana, Lacaniana, Winnicotiana.

Em resumo, significa que você pode escolher um Psicanalista por exemplo, para fazer psicoterapia.

Como curiosidade, provavelmente alguém já ouviu falarem “eu não vou fazer terapia, porque não estou louco”. Até o Século VXIII, os Psiquiatras atendiam apenas em hospícios, mas devido as mudanças, as reformas psiquiátricas geralmente atendem em consultórios. Por essa questão todos os profissionais que atuam em saúde mental, provavelmente carregam um estigma errado, de que cuidam de apenas de pessoas loucas.

Diferenças entre Psiquiatria, Psicologia e Psicanálise

A PSIQUIATRIA

  • A medicina é diferente das outras áreas porque o acadêmico só pode escolher a especialidade depois que terminar o curso (6anos). Exemplo Médico Ortopedista, Médico Pediatra, Médico Psiquiatra. Observem que todos são médicos.

O que faz o médico psiquiatra?

  • O Médico Psiquiatra, portanto, é o único que prescreve tratamento medicamentoso (pode receitar remédios) para tratar os transtornos mentais. É o profissional que trabalha na identificação e diagnóstico de doenças como depressão, ansiedade, esquizofrenia, compulsões entre outros transtornos, a partir do ponto de vista da medicina, partindo do pressuposto que há um padrão de normalidade. E utiliza-se de recursos farmacológicos

  • O tratamento psiquiátrico pode ser feito em conjunto com acompanhamento psicológico ou com acompanhamento de um psicanalista.


A PSICOLOGIA

  • É uma ciência responsável por estudar os processos mentais superiores e o comportamento humano (emoções, sentimentos razão e pensamentos). Com foco nas motivações. E possuem técnicas como por exemplo conversas psicoterápicas com a finalidade de identificar a raiz do comportamento disfuncional, a fala e observação também são técnicas utilizadas. Além do tratamento eles trabalham como autoconhecimento, autoestima, inteligência emocional, transições de carreira de vida, orientação vocacional, entre outros.

O que faz o psicólogo.

  • O profissional que se forma em psicologia (graduação 5a) e por muito ampla, pode se especializar teoricamente em diferentes métodos de abordagem terapêutica, diferente da própria psicanálise, o Behaviorismo e a Gestalt. Pode atuar em diversos contextos, como:

  • Psicologia clínica – nessa área o psicólogo atende pacientes, realiza avaliações psicológicas e tratamento individualizado ou em grupo.

  • Psicologia educacional – atua no sistema educacional, dificuldades de aprendizagem, relacionamentos emocionais, orientação de pais e professores.

  • Psicologia organizacional, recrutamento e seleção, treinamentos, avaliação de desempenho entre outros.



A PSICANÁLISE

  • A psicanálise atua de modo totalmente independente na psicologia e da psiquiatria, pois ela compromete a pessoa no seu sofrimento (e não do seu sofrimento), responsabilizando-o, porque partimos do pressuposto que só podemos mudar, quando nos damos conta naquilo que nos queixamos.

  • Enquanto outras abordagens agem no comportamento, a psicanálise fica um passo atrás do paciente, o psicanalista acompanha seu paciente onde ele for, mas não o deixamos parar, nem desistir.

  • A psicanálise, consiste num método de estudo terapêutico (psicoterapia) específico, o foco é a interpretação dos processos deste aparelho psíquico e inconsciente humano, com a intenção de tratar as neuroses e outros distúrbios mentais. (conflitos internos).

  • Por isso o tratamento pode ser mais longo.


O que faz um psicanalista?

  • O psicanalista não precisa ser médico e nem psicólogo para atuar, pois é um curso de formação, não tem envolvimento com MEC, tem leis específicas, mas sugere-se que tenha um curso superior pelo menos. A formação deve durar entre dois anos e meio, três anos ou mais.

  • Outro ponto importante, a formação de Psicanalista segue o padrão da IPA (Associação Psicanalítica Internacional) se dá por um tripé: teórico, análise pessoal e supervisão.

  • Muito comum pessoas ao contar algo para alguém, entretanto, ela de certa forma nos rouba nossa singularidade, porque muitas vão responder “eu também”. (eu também já passei por isso...)

  • Embora a pessoa esteja cansada dela mesma, o Psicanalista sempre vai questionar “e entao”? A experiência singular com a psicanálise oferece à pessoa uma vida com mais sentido, pois amplifica suas potencialidades ressignificando sua vida.

A Clínica contemporânea

  • “nenhuma análise é igual a outra” e os Terapeutas não são iguais, por isso Freud ao recomendar aos médicos que exerciam a psicanálise, recomendava que os pacientes não deveriam ser tratados da mesma forma. A Psicanálise clássica (divã; várias sessões semanais, tempo ilimitado) mantém-se.

  • Entretanto, Ferenczi, início do século XX, causa uma controvérsia a respeito da reação terapêutica negativa, da empatia do analista da análise interminável e outras questões sobre profundidade, sobre temporalidade das sessões. Propondo uma técnica mais ativa.

  • Importante acompanhar as mudanças que ocorrem no contexto social, político, econômico, pois o processo de terapia e perfil de pacientes também têm sofrido mudanças.

  • O contexto histórico é amplo, mas podemos compreender as particularidades quando um grupo de psicanalistas Europeus, foram para a América (EUA), e lá inicia um intercâmbio de saberes entre psiquiatras e psicanalistas.

  • As psicoterapias surgem devido uma demanda e outras necessidades.

Recomenda-se leitura:

  • Alexander e French (1946) intitulado “Psicoterapia Psicanalítica’

  • Mauro Hegenberg: “Psicoterapia Breve” (2010)

  • A fim de realizar uma distinção entre psicanálise e psicoterapia, torna-se necessário compreender alguns fatores intrínsecos sobre tratamento.

  • Ressalto que ambas as abordagens têm inspiração psicanalítica, porém de duração limitada com base nos fatos.

  • Isto posto, Abaixo apresenta-se um quadro comparativo, que achei interessante, pois oferece uma visão ampla de cada abordagem. Segue versão adaptada:

Em psicoterapias alguns critérios podem ser utilizados para o processo de alta e pode ocorrer quando:

  • O paciente demonstrar remissão dos sintomas;

  • Organiza-se nas ideias e pensamentos;

  • Retoma equilíbrio nos relacionamentos;

  • Autoestima eleva-se;

  • Desenvolve a capacidade de avaliar suas angústias sem afetar-se, tem uma visão mais realista do mundo.

Recomenda-se leitura

Zimerman:

  • Manual de Técnica Psicanalítica

  • Fundamentos Psicanalíticos

Joseph Sandler:

  • O paciente e o analista

Prof. Ms. Paulo C. Galetto